segunda-feira, 6 de junho de 2016

Correr nem sempre é fugir

Acredito que qualquer pessoa da minha geração (criaturas nascidas nos anos 80) tenha a mínima noção do que seja Pac-Man. No tempo em que os video-games não eram tão sofisticados, pessoas passavam horas se divertindo com uma bolinha amarela comendo pontinhos numa tela quadrada. Todavia, a medida que o tempo passava, a dificuldade aumentava devido a bichinhos que corriam (cada vez mais rápido) atrás de nosso amigo amarelo, que precisava desenvolver estratégias para não ser pego. Eis que os anos passaram e, finalmente, percebo como temos coisas em comum com Pac-Man. A diferença é que, enquanto, nosso velho amigo corria de bichinhos, corremos dos problemas da vida, muitas vezes, tão velozes como os inimigos que perseguiam nosso velho amigo. E não adianta ser muito famoso, ter uma conta bancária privilegiada, ser bem sucedido profissionalmente. Estaremos sempre rodeado de problemas. Uns menos, outros mais. E depois de uma vida inteira brincando de ser o próprio Pac-Man, me pergunto como alguns continuam seguindo em frente, dia após dia. E só consigo pensar em uma coisa: há uma diferença significativa entre correr e fugir. O que deve ser mais que suficiente para separar aqueles que seguem em busca dos pontinhos amarelos, dos que serão pegos na próxima curva.

"Lembre que hoje vai ter pôr-do-sol
Esqueça o que falei sobre sair
Corra muito além da escuridão
E corra, corra!"
/O amanhã colorido - Cidadão Quem/

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