sábado, 26 de outubro de 2013

Extraordinário


Extraordinário. R. J. Palacio não poderia ter escolhido palavra melhor, para intitular o livro, e definir o personagem principal. Auggie (August Pullman) é um garotinho de dez anos, que nasceu com uma síndrome genética, resultando em uma grave deformidade facial. O livro é narrado por uma criança, pode até parecer ser para crianças, mas, na minha singela opinião, é altamente indicado para adultos.

A questão do bullying é apenas um detalhe, a história vai bem além disso. Fala de uma série de princípios que parecem ter sido perdidos no tempo. Afinal, como diria Sr. Buzanfa, diretor do colégio de Auggie: "Coragem. Bondade. Amizade. Caráter. Essas qualidades que nos definem como seres humanos e acabam  por nos conduzir a grandeza".

Extraordinário é um "tratado" sobre a gentileza. Mas, se prepare, é daqueles livros que você fica ansioso pelo final. Porém, sente um certo vazio, quando a história termina. Leitura mais que recomendada!

"Vamos criar uma nova regra de vida... 
Sempre tentar ser um pouco mais gentil que o necessário?"
[J. M. Barrie]

Imagens: www.intrinseca.com.br/

domingo, 20 de outubro de 2013

Quanto "vale" a sua "marca"?


Se você fosse um produto, a sua “marca”, seria bem conceituada no mercado? Qual seria a melhor estratégia de marketing para alcançar o público? "Qualidade" ou muita conversa fiada?

Ao longo da jornada, conhecemos muitas pessoas, e querendo ou não, temos que nos relacionar com elas. E como diria o título de um antigo cd do Fruto Sagrado, “O que a gente faz fala muito mais do que só falar”.

Esse preceito significa que deveríamos ser lembrados pelas coisas que fazemos. Elas importam mais do que tudo. Mais do que aquilo que dizemos ou do que nossa aparência. As coisas que fazemos sobrevivem a nós. São como os monumentos que as pessoas erguem em honra a heróis depois que eles morrem. Como as pirâmides que os egípcios construíam para homenagear os faraós. Só que, em vez de pedra, são feitas das lembranças que as pessoas têm de você. Por isso nossos feitos são nossos monumentos. Construídos com memórias em vez de pedra” 
[August, Extraordinário]

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Forte? Fraco? Tanto faz!


1986. Os Titãs, já afirmavam: "Homem primata, capitalismo selvagem". Vivemos num mundo altamente competitivo. Ou seria melhor dizer que vivemos na "selva"? Onde prevalece a lei do mais forte! A verdade é que ninguém é forte por todo o tempo, sempre haverá alguma momento vulnerável. E se vivemos de vitórias, conquistas, alegrias; também precisamos (acredite) de derrotas, obstáculos, decepções.

E se volta e meia, penso nessas coisas, ultimamente tem sido quase impossível não refletir sobre o assunto. Sabe aquela música que adentra sua mente e não sai mais? Pois bem, "Contrastes da Vida", faixa que finaliza o último cd (no sentido real da palavra) do Charlie Brown Jr., fala bem disso. A letra, possivelmente, retrata o que se passava na mente de Chorão, nos últimos dias de vida.  

A canção tem seu lado triste, talvez, melancólico. Porém, fala de como as dificuldades nos permitem, crescer, aprender, recomeçar: "É pra eu evoluir, seguir em frente e enfrentar a vida". No momento da dor, não é fácil encontrarmos algo positivo. De qualquer forma, acredito, que de um jeito ou de outro, sempre haverá algum bônus, mesmo que ele seja menor que o ônus

"A ação do tempo nas nossas vidas 
Nos fez ganhar nos fez perder 
A ação do tempo nas nossas vidas 
Deixou a gente sem saber porque 

Hoje eu acordei pra um sonho mais 
É pra eu evoluir, seguir em frente e enfrentar a vida 
Deixar acontecer o que demais está por vir 
Deixar fluir naturalmente 
É pra evoluir, seguir em frente" 
[Contrastes da vida - CBJR]

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Vida de professor


Segunda, terça, quarta, quinta, sexta.
Quase sempre sei como terá início trabalho.
Adentro a sala: "Bom dia!".
Encontro de tudo: sorrisos, caretas, abraços, reclamações.
Se tem rejeição, também há receptividade.
Com o tempo você aprende (ou não) a lidar com isso.

Sim, estou falando de vida de professor.
O profissional que sabe como tudo começa.
Mas, quase nunca, tem a certeza de como termina.
Pelo menos, comigo, funciona desse jeito.
Todos os dias (ou quase todos) chego bem disposto.
Às vezes termino triste, cansado, desanimado.
Já em outros dias, alegria e satisfação me dominam.

Hoje é o dia do professor.
O que podemos comemorar? Qual prestígio, respeito, valorização... temos?
Já disse (Cabo de guerra), duas coisas devem levar alguém, a ser professor.
A falta de opção ou a paixão. Talvez, seja isso, devo ter bem mais da segunda opção.
E certamente, é isso que nos move, acreditar que esse esforço faz alguma diferença.

"Os professores fazem, sim, raios caírem no mesmo lugar, muitas e muitas vezes"
[Taylor Mali]

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

50%


No meio do caminho não há muito o que observar.
Geralmente, são duas longas retas, que precedem curvas.

No meio do caminho não há muito o que escutar.
Um silêncio inexplicável ofusca o mais alto ruído

No meio do caminho não há muito o que sentir.
Os sentidos já foram vitalmente afetados. 

No meio do caminho não há muito o que pensar.
Principalmente, quando nem sabemos se foi caminho andado ou perdido.

"Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está"
[Toquinho]

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Zero a zero


O que fazer quando não sabemos o que fazer?
Há momentos em que a coisa chega a esse ponto.
É quando restam duas alternativas: manter-se em inércia ou agir.
Na primeira opção, o resultado é previsível.
Já na segunda, é justamente o contrário, uma verdadeira incógnita.
Dizem que em time que está ganhando não se mexe.
E quando estamos "empatados"? Quando o placar não sai do 0x0?
A verdade, é que nem sempre sabemos qual "estrada" trilhar.
Todavia, já descobri que ficar parado, também não altera o placar!

"Faça sempre a coisa certa, principalmente quando a coisa certa for a mais difícil"
[Ed René Kivitz] 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Cabo de guerra


Depois de um tempo na Educação, passei a pensar que apenas duas razões podem levar uma pessoa a ser professor (a): paixão pela profissão ou falta de opção. Claro que esse pensamento é carregado de um pitada de ironia. Entretanto, a verdade é que ser professor no Brasil é muito complicado. E quem entra em uma sala de aula, dia após dia, sabe que a tendência é piorar. Não preciso aprofundar o tema, todos sabemos da realidade das nossas escolas.

Gosto de ensinar, mas talvez, goste ainda mais da relação que consigo estabelecer com as pessoas (geralmente crianças e jovens) através da sala de aula. Não é algo muito fácil de descrever, talvez, porque algumas coisas não podem ser facilmente definidas, e sim, vivenciadas. Todavia, como vários outros colegas, não posso negar que volta e meia me pergunto se vale a pena. Se lecionar faz sentido, se é futuro, se pode garantir o sucesso (seja lá qual for o seu significado para essa palavra) de alguém.

Por uma infinidade de razões, percebemos que infelizmente, a grande minoria dos nossos alunos se interessa verdadeiramente pelo estudo. Não é raro uma turma de 40 alunos, não ter mais que 10% deles focados no processo. E obviamente esse é um fator que somado aos salários irrisórios, falta de segurança, valorização/respeito... diminui consideravelmente a motivação dos profissionais da Educação, principalmente, aqueles que levam a sério a profissão.

Hoje, estive em um evento com alunos (11 - 14 anos) de diversas escolas da cidade. Como se fosse uma competição, os alunos representavam suas respectivas escolas, defendendo ideias de uma escola sustentável. E depois de observar inúmeras propostas fabulosas, quando pensei que nada mais poderia me surpreender (positivamente), algo aconteceu. Na hora da escolha dos dois alunos que irão representar o município na etapa estadual do evento, um dos escolhidos, que estava exatamente atrás de mim caiu em prantos. O pequeno homem, de no máximo 12 anos, não se conteve ao saber que seu projeto havia sido escolhido.

Do jeito que eu gosto de crianças, não preciso de muito para admirá-las. Ainda assim, poucas vezes vi algo semelhante. Naquele momento, ainda que por um instante, todo professor se tornou aluno. E são em momentos assim, ou em meio a abraços/sorrisos sinceros, demonstrações de superação dos alunos que me vejo quase sempre em meio a um cabo de guerra. Transitando sobre a linha tênue, que separa o desejo de abandonar a Educação da vontade de lutar ao lado desses pequeninos, que a cada dia me ensinam um pouco mais da arte de viver, acreditar e perseverar. 

"A pedra atirada na água nunca sabe o alcance da ondulação que causou"
[Taylor Mali]
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