quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Entendeu?


A cada dia que passa, percebo a responsabilidade em se fazer entender. Quantas vezes não tentamos falar "x" e percebemos que entenderam "y"? O pior é que por conta disso, vez ou outra, nos vemos em meio a uma "tempestade" desnecessária.

Quantos relacionamentos entre país e filhos, casamentos, amizades... não podem ter sido desgastados por "falha" na comunicação? Qual a solução para isso? Muitos livros devem tentar responder essa "simples" (?) questão. Todavia, é possível que nenhum deles tenham uma resposta padrão ou que as pessoas não estejam lendo o suficiente. Se é que você me entende...

"Se queres conversar comigo, define primeiro os termos que usas"
(Voltaire)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Vamos empunhar nossas armas!


29 de Outubro - Dia Nacional do Livro

"O nosso conhecimento é uma das poucas coisas que ninguém pode tirar". Escutei  isso quando estava na 6ª série e nunca mais esqueci. Não tenho dúvidas que muito do que "sabemos" é oriundo das experiências que vivenciamos, bem como do contato com o próximo. Mas certamente, muito do que aprendemos ao longo do tempo é fruto daquilo que lemos.

Cresci rodeado de livros, minha mãe tinha (porque já doou muito deles) um considerável acervo que variava das obras de Monteiro Lobato a enciclopédias falando do corpo humano e dos países. Em meio a uma partida de video-game e uma de futebol, fui adquirindo o hábito de ler. Verdade que não era um "devorador" de livros, mas lia algumas coisas que me chamavam atenção, embora minha preferência fosse por revistas e jornais.

O incentivo de minha mãe (na época professora) pela leitura, fez toda a diferença nos meus estudos. Até mesmo porque nunca criei problemas para ler, na época do colégio e da faculdade. A propósito, foi ela que me alfabetizou, antes mesmo de entrar no Ensino Fundamental. Lembro da primeira vez que consegui ler algo, era uma figurinha da Copa de 90 do Ricardo Gomes. Consegui associar as letras e "formar" R-I-C-A-R-D-O. Me recordo também da alegria e de sair correndo para a avisar minha mãe.

Infelizmente, nem todos foram estimulados desde cedo a ler. Uma pena, pois os livros são uma porta aberta para uma série de coisas boas: fantasia, liberdade, consciência, etc. Em um país, onde a tv aberta serve mais para "confundir" do que para direcionar as pessoas, os livros são uma ferramenta com um valor imensurável. Confesso que leio menos do que deveria, embora tenha buscado usufruir cada vez mais, das maravilhas que os bons livros nos proporcionam. 

Não me incomodo que algumas pessoas comparem livros a armas. Muito pelo contrário, apoio totalmente que as pessoas façam uso desenfreado desse tipo de armamento. O dia em que nossas crianças forem estimuladas a empunhar essa "arma" desde cedo, teremos um povo mais preparado para a nossa "guerra" cotidiana. Pois como diria Paulo Freire, "Ler, não é caminhar sobre as letras, mas interpretar o mundo e poder lançar sua palavra sobre ele, interferir no mundo pela ação".


"Os teus livros são as tuas armas, a tua classe é a tua esquadra,
 o campo de batalha é a terra inteira, e a vitória é a civilização humana" 
(Edmundo de Amicis)

domingo, 28 de outubro de 2012

Fim de festa


Acabou a "festa". Quem ganhou, ganhou e quem não ganhou, não ganha mais!

Como muitos (mais uma vez) não tiveram o que ganhar, resta o consolo de não precisar mais escutar os jingles mais irritantes, bem como ter que aturar as belíssimas propostas de governo.

Continuo incapaz de não me irritar/frustrar com a política, embora torça muito para um dia "queimar" a língua, por conta do que penso sobre esses tipos de "festa"!

"Mudamos os políticos, não a política"
(Edson Nelson Soares Botelho)

PS: O presente post seria publicado independente do prefeito eleito em Salvador, São Paulo ou Wagnópolis. Logo, não significa nenhum tipo de crítica direcionada.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A luz


Embora nem sempre seja "notada", a luz sempre se faz presente. Chega a ser "curioso", tamanha simplicidade, muitas vezes passar despercebida diante dos nossos olhos.

Entretanto, em meio a escuridão, a luz se revela a única saída... o caminho! Quando nada vemos, ainda assim, sutilmente ela se encontra "ali". 

Diante dos "mistérios" que o escuro nos reserva, a antes imperceptível luz, (re)assume sua forma genuína. 

Quando o "sofisticado" não é (mais) o suficiente, a luz ainda se encontra "lá", firme e forte... "simplesmente" iluminando. 

"Pra que serve a luz que não acende?
Não ilumina a escuridão"

(O que na verdade somos - Fruto Sagrado)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O primeiro passo

Algumas barreiras são ilusórias!

O tempo muda as coisas de lugar! E não há nada que possamos fazer para impedir que isso aconteça. O fato das coisas não serem como um dia foram, não significa que "tudo" perdeu o seu valor. Alguém um dia disse "As pessoas esquecem o que você diz e faz, mas elas nunca esquecem o que você as fez sentir".

A questão é que muitas vezes esquecemos que as "coisas" mudam... e não necessariamente as pessoas. A razão de o contato não ser mais o mesmo, não é (necessariamente) um sinal de que as pessoas não se importam. É possível que  do outro "lado" sintam a mesma falta.

Questionamos a falta de um telefonema, uma mensagem, uma visita...  E não muito raro, justificamos a falta de tempo como a principal razão para sumirmos do "mapa", embora não seja um argumento bem aceito, quando vem do lado de lá!

Por que não dar o primeiro passo? Por que não ultrapassar a "linha"?
Um minuto a mais para se pensar (ou fantasiar), pode ser um a menos para agir!

"É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há"

(Pais e filhos - Legião Urbana)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Lá vem o trem!


Dizem que a oportunidade "é" como um homem careca com um apenas um "tufo" de cabelo na testa. Ou você a agarra quando passar pela frente, ou depois que ela tiver passado já era! Penso que a oportunidade também poderia ser comparada a um trem.

Não tenho dúvidas de que algumas oportunidades sejam únicas. Logo, você as aproveita ou não! Certamente não é "agradável" pensar assim, mas talvez seja uma realidade. Entretanto, talvez possamos pegar em outro momento o "trem" que perdemos anteriormente.

Acredito que a oportunidade sempre surgirá, embora não saibamos em qual momento. Só espero estar sempre preparado quando "ela" aparecer. Sinceramente, prefiro não perder o primeiro trem e ficar na expectativa de um próximo... que talvez nunca passe pela estação.

"As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas"
Sun Tzu

sábado, 20 de outubro de 2012

"Certas canções..."

A música nos permite falar, mesmo quando não encontramos palavras

Já imaginou como seria o mundo sem música? No mínimo, seria tudo muito estranho! Cantamos (bem ou mal) desde criança. A música emociona, alegra, diverte, motiva, envolve... É verdade que as vezes "ela" nos entristece, "paralisa" ou  até mesmo, irrita! Certamente, alguns estilos não fariam a menor falta.


Já faz muito tempo que não sei o que é um dia sem música. Talvez, desde que eu me entenda por gente. Conseguiria "viver" sem uma televisão, mas sem um mp3, rádio, som... seria bem mais chato. Abriria mão de chocolate em detrimento da música. E olhe que "abandonar" o chocolate não seria fácil! Lembrando que é sempre bom ouvir uma boa música, comendo chocolate. Uma "pena" que sempre sobra música e falta chocolate.


Através da música podemos "voltar" no tempo, expressar nossos melhores sentimentos, proclamarmos nossa fé, "regar" nossas esperanças. Muitas de nossas melhores lembranças, foram marcadas pela música. É como se a vida de cada um de nós fosse (e não é?) um filme, e todo bom filme tem trilha sonora. Qual a "sua" trilha sonora?

"Certas canções que ouço
Cabem tão dentro de mim
Que perguntar carece
Como não fui eu que fiz?"

(Certas canções - Milton Nascimento)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Infância perdida ou roubada?

Não! Eu não vou falar de Avenida Brasil!

A minha intenção era falar sobre algo muito legal! No entanto, muitas vezes é difícil se pensar em coisas legais, quando nos deparamos com a realidade. Estava retornando para casa agora pouco, quando me deparei com um menina que devia ter no máximo oito anos de idade. Com uma das mãos a garota segurava uma boneca, enquanto que com a outra revirava um cesto de lixo. Cantando e muito "tranquila", a menina revirava o cesto (provavelmente em busca de comida), como se já estivesse habituada com tal situação.

Obviamente não é a primeira vez que vejo uma criança catando lixo, afinal de contas, estamos no Brasil! Mas o contraste entre a criança que ao mesmo tempo anseia por brincar e que por outro lado age como um adulto, lutando pela sobrevivência, me chamou a atenção. Embora não tenha visto a cena por mais de 30 segundos, foi mais que o suficiente para continuar na minha mente por um bom tempo.

Não entendo (mesmo "entendendo"), como um país em que 11, 2 milhões de pessoas passam fome (IBGE, 2010), sem contar os problemas de educação, saúde, moradia, segurança... se preocupa mais em investir em Copa do Mundo e Olimpíadas. Não sou a favor de "radicalismos", muito menos sou contra eventos desse porte. Porém, acredito que não é sensato utilizar dinheiro que poderia ser investido em melhorias públicas, para financiar tais eventos. Até mesmo porque os benefícios oriundos da Copa e Olimpíadas serão em sua grande maioria para o setor privado.

Apoio dos moradores de Chicago  a candidatura do Rio de Janeiro
 para sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Curioso! Qual seria a razão?


Não sou economista, falo apenas como um mero cidadão torcendo para que um dia as coisas mudem. Alguém que acredita ser ridículo (para não dizer estúpido) sediarmos os dois eventos. Vale lembrar que moradores de Chicago (EUA),  torceram para a cidade perder a disputa parar sediar as Olimpíadas de 2016. Alguém pode até dizer que a cidade americana também vive problemas (econômicos e sociais) com a atual crise mundial, logo não serve de exemplo nesse contexto . Mas se uma das maiores cidades dos Estados Unidos, considerada uma dos maiores centro de negócios e finanças do mundo, não acha viável sediar os Jogos Olímpicos, não entendo como um país como o nosso se habilita para ser a sede.

Infelizmente, teremos (eu e os que não suportam essa ideia) que aturar até meados de 2016 esse "blá blá blá" de que o Brasil gastou "x" e vai lucrar duas, três, quatro vezes mais do que investiu. E "claro" que todo esse dinheiro será investido em educação, saúde, saneamento... Afinal de contas, o Brasil é um país cada vez melhor! Mas enquanto isso não acontece, nossas crianças terão que se contentar em "amadurecer" o quanto antes, uma vez que muitas delas terão que optar entre "curtir" a infância ou garantir um prato de comida. Sendo privados de daqui a 12 anos, terem ao menos boas recordações da infância. Um privilégio que nós temos!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Quando?

Quando seremos capazes de compreender coisas 
que até mesmo um tigre de "pelúcia" consegue enxergar?

Quando iremos abrir os "olhos" para pequenos gestos
que podem dizer mais do que palavras?

Quando vamos perceber que podemos coexistir 
ainda que em meio a tantas diferenças?

Quando obtiver as respostas, não deixe de me avisar!

Quebra-cabeça


Existem momentos em que as peças do "quebra-cabeça" teimam em não "encaixar". Em momentos assim , que muitas vezes questionamos "Por que as coisas tem de ser tão difíceis?". E quando ninguém "responde", o próximo passo é geralmente o desânimo! 

A depender do "nível", o desânimo, pode ser tão prejudicial quanto uma doença. Pois, muitas vezes ficamos mais preocupados em entender a causa, do que buscarmos uma solução. Mas de que adianta, o doente perder mais tempo tentando descobrir onde/quando/como contraiu a doença, do que usar dos "artifícios" que podem o deixar saudável? 

Não estou dizendo que seja fácil, agir de forma racional em meio a certas adversidades. Nem sempre é fácil "esperar" que as coisas melhorem. De qualquer forma, focar (apenas) nas causas não é o melhor dos "remédios". Em alguns momentos, nos resta se "tratar" e "repousar". Afinal de contas, o medicamento sempre leva um certo tempo para fazer efeito.

"As ideias estão no chão, você tropeça e acha a solução"
(A melhor forma - Titãs)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Eu ainda acredito na Educação


Claro que a figura acima é uma brincadeira! Como professor, tento "levar" algumas situações com bom humor, caso contrário iria chorar a todo momento. A realidade da Educação em nosso país é triste! E o pior é que são muitos os problemas e poucas as pessoas dispostas (não que seja fácil) a "encontrar" soluções.

O professor que durante muito tempo foi "admirado", hoje em dia é geralmente desrespeitado pelos governantes, alunos e até mesmo pais. Dia atrás uma professora foi agredida em sala de aula (Santos, SP), quando o aluno se irritou após receber nota baixa. Eu que no meu tempo falasse alto com um professor, "certamente" não estaria aqui para fazer esse post. Mas a verdade, é que casos como esse são "comuns", além de muitas vezes ignorados pelas autoridades.

Eu ainda acredito na Educação
Por sempre ver minha mãe correndo de um lado para outro, ganhando (muito) pouco e se dedicando para fazer um trabalho decente nas escolas (Ensino Infantil) em que lecionava, jurava que nunca seria professor. Alguns anos depois "queimei" a língua e me formei em Licenciatura em Ciências Biológicas. Hoje, entro em sala de aula com um prazer (que desconheço a origem) imenso de lecionar.

Entretanto, mesmo acreditando que a Educação é um dos alicerces para reestruturarmos a sociedade, sei que a realidade é dura e precisamos "mais" de ações do que de sonhos! Temos ótimos professores, profissionais que realmente amam o que fazem, e que muitas vezes se desanimaram com a forma como as coisas são conduzidas e não com a profissão. Espero que um dia (em um futuro não tão longínquo), possamos de fato comemorar um Feliz Dia dos Professores.

"A Educação sozinha não faz grande mudanças,
mas nenhuma grande mudança se faz sem Educação"
                                                                                   (Bernardo Toro)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Eu sou criança!


"... somos crianças, e este nosso lado infantil não morrerá nunca. 
Podemos esquecer a ingenuidade, trancá-la, dar-lhe um ar 
de seriedade e respeito, mas ela continuará  existindo enquanto vivermos"
(Paulo Coelho)

Sempre gostei de crianças e acredito que sejam o melhor exemplo de sinceridade, porque ou gostam ou não gostam de você. Sem contar as "lições" de esperança, confiança, amor, carinho... que vivem nos dando, sem cobrar nada em troca!

Todos os dias são das crianças! Hoje é apenas o dia em que escolhemos para comemorar. Que a criança que habita em nós, nunca deixe de brincar!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

E lá se vai mais um dia...


Certas músicas me lembram bons tempos! Algumas, trazem em seus versos algo específico que recorde algum momento especial, outras apenas me permitem "viajar" no tempo (ainda que por apenas alguns instantes) e vivenciar algo que não volta mais.

Escutar Flávio Venturini cantando "Clube da Esquina II" é um bom exemplo. É uma dessas músicas que sempre traz lembranças de um tempo bom, em que minha maior preocupação era tirar notas boas. Afinal de contas, boas notas significavam brincar na rua no fim de semana pelos próximos dois meses.

Hoje, "Clube da Esquina II" deixou de ser apenas uma canção que gosto desde os 11 anos. Acredito compreender melhor o que ela diz, embora ainda tenha uma dúvida. Será que "... lá se vai mais um dia..." a mais ou a menos? Naqueles bons tempos, certamente, dias a mais!


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Quanto vale a vida?


Lembro bem do dia 1° maio de 1994. Eu sei que faz muito tempo, mas é que certas coisas ficam  registradas em nossas mentes por muito (ou todo) tempo. Lembro que era um dia de sol intenso e que eu brincava na rua, enquanto meu pai estava na casa do vizinho, ajudando a ajeitar a antena. Até que a "paz" de domingo deu lugar a gritos, angústia, choro, esperança... Lembro também que no dia seguinte, todos no colégio choravam muito e mal acreditavam na morte de Ayrton Senna.

É provável que as crianças e jovens de hoje estranhem, tamanha sensibilização pela morte de um "ícone", afinal de contas todos os dias morrem pessoas conhecidas do público. A verdade é que Senna era diferente, não que fosse melhor do que alguém, mas a imagem que ele passava era "especial". E falo dessa forma, porque tive o prazer de acompanhar ele "ao vivo" (da tela da tv, é claro), o que certamente contribuiu para que com sete anos já gostasse de Fórmula 1. 

As manhãs de domingo eram "mais" agradáveis. Acordar cedo no fim de semana deixava de ser tão chato, até mesmo porque por aproximadamente uma década, Senna dava alegria a seu povo, e até mesmo "orgulho" para aqueles que não sentiam esse sentimento de outra forma. Com sua morte, a Fórmula 1 perdeu deixou de ser tão empolgante, e desde então, não consigo destacar outro atleta que consiga representar tão bem o Brasil. 

Estava assistindo o dvd "Senna" e após acompanhar parte do desenvolvimento e crescimento profissional dele, não tem como não se entristecer com o final. Hoje, após 18 anos do acidente, não tem como não ter um pensamento diferenciado, até mesmo porque depois de tanto tempo, é muito mais fácil usar a razão e deixar por um instante a emoção de "lado".

O Grande Prêmio de San Marino (Ímola), deve ter sido o mais trágico da história da Fórmula 1. E não é sensacionalismo, os fatos mostram que aquele foi um final de semana para ser esquecido. Já no treino da sexta-feira, Rubens Barrichello sofreu um acidente violento, que embora tenha impressionado, não causou maiores danos. Senna o visitou no hospital, depois de pular o muro do mesmo por ter sido impedido de visitá-lo.

A "bruxa" continuou solta nos treinos do sábado, quando o austríaco Roland Ratzenberger colidiu violentamente contra a curva Villeneuve, após passar pela curva Tamburello, que seria "destaque" no dia seguinte. Senna que sempre se mostrou muito preocupado com a segurança dos pilotos, foi até o local do acidente, mesmo sabendo que isso não era permitido e que possivelmente seria advertido pela FIA (Federation Internationale de l'Automobile). O piloto austríaco viria a falecer no hospital, vítima de  fraturas múltiplas no crânio e no pescoço.

Não precisa ser muito esperto, para imaginar que o clima de tensão rondava a Fórmula 1, após todos esses acontecimentos. Ainda assim, a FIA (infelizmente) não cancelou a prova (corrida) do domingo. Era visível, o conflito de sentimentos (tristeza, medo, angústia) que "moviam" os envolvidos, fossem eles pilotos, funcionários das equipes, profissionais da imprensa. O próprio Reginaldo Leme, amigo pessoal de Ayrton disse: "Eu mesmo, tinha certeza que ele não queria correr". E provavelmente, muitos outros também não!

E querendo ou não, os pilotos correram no domingo. E logo no início da prova, J. J. Lehto e Pedro Lamy protagonizaram um novo acidente, que felizmente não resultou em "mortos ou feridos". No entanto, minutos mais tarde Senna iria se chocar contra a Tamburello. Era o fim de carreira do maior piloto de Fórmula 1 (na opinião de muitos, inclusive a minha) de todos os tempos.

A pergunta que não quer calar até hoje é "Por que a corrida não foi cancelada?". Não tivemos tragédia o suficiente para tal? Ou uma morte e outro acidente grave não eram o bastante! Acredito que qualquer indivíduo com um mínimo de sensatez, iria compreender o cancelamento ou no mínimo, o adiamento da prova. Há quem diga que a FIA demorou de anunciar a morte (confirmada bem antes pelos médicos) de Roland Ratzenberger, no intuito de não terem que cancelar a prova. É duro aceitar, mas muitas vezes a vida é tratada como um objeto, que é útil enquanto pode trazer benefícios, lucro, vantagens... Depois que não "serve" mais, pode ser substituído por um novo "objeto". Claro que eles não podiam perder dinheiro com o cancelamento do evento. Já perder vidas...

Uma bandeira austríaca foi encontrada no carro de Senna. O piloto brasileiro que chorou no local da morte do colega no dia anterior, provavelmente iria homenageá-lo caso vencesse no domingo. Infelizmente, o sentimento de dor e respeito que Senna teve para com Ratzenberger, não era o mesmo que os responsáveis pela organização tiveram com ele e os demais pilotos. Caso contrário teriam cancelado aquela prova. E certamente, ninguém iria se chatear por não ter Fórmula 1, naquele domingo ensolarado.

Quanto vale a vida? 
Parece que para "alguns", o valor de um ingresso de Fórmula 1! 

"Quanto vale a vida de qualquer um de nós?
Quanto vale a vida em qualquer situação?
Quanto vale a vida perdida sem razão?

Num beco sem saída, quando vale a vida?
São segredos que a gente não conta
São contas que a gente não faz
Quem souber quanto vale,  fale em alto e bom som..."

(Quanto vale a vida? - Engenheiros do Hawaii)

domingo, 7 de outubro de 2012

Hoje tem palhaçada? Tem sim, senhor!


Hoje é dia de acordar cedo. É dia de exercer a cidadania.
Pelo menos é isso que eles tentam "tatuar" em nossas mentes.
É o momento em que eles nos "tratam " bem, afinal precisam da gente!

É muito pouco "ser" cidadão por um dia (no máximo dois) a cada dois anos.
Na verdade, hoje é dia de colocar o nariz vermelho e "marchar" rumo ao picadeiro.
E como diria Gabriel: "... é pra rir ou pra chorar?"


sábado, 6 de outubro de 2012

"Estamos aqui para causar impacto no Universo"

"Jobs se diverte e mostra isso"
(Carmine Gallo)

Há um ano morria Steve Jobs, autor da frase que intitula este texto. Considerados por muitos como o mais cativante comunicador dos últimos anos, acredito que ele tenha ido além disso. Ainda não li a biografia de Jobs (embora esteja em minha lista), mas já o "acompanhava" um pouco antes de sua morte. Foi procurando me apresentar melhor em público (necessidades da profissão) que passei a ler mais sobre o ex-presidente da Apple.

Descobri livros (até comprei um deles), matérias, vídeos e histórias sobre Steve Jobs e passei a simpatizar com o "rapaz". Tanto que fiquei triste quando soube do falecimento dele, embora não tenha sido uma grande surpresa,  uma vez que dias antes havia se afastado do trabalho, algo que ele só faria se não houvesse outra opção.

Dentre as coisas que aprendi com Steve Jobs, talvez a que mais me marcou  não tenha sido sua habilidade para se apresentar em público. É fato que muitos queriam assistir suas apresentações: "Algumas pessoas percorrem grandes distâncias para assistir essas palestras. Passam noites em longas filas para garantir os melhores lugares no auditório" (Carmine Gallo). Porém, mais do que um ótimo apresentador, ele era dinâmico, divertido, contagiante e ao mesmo tempo claro objetivo. Nunca o vi se apresentar "ao vivo", mas a motivação que demonstrava, também me cativaram. 

Certamente, foi um dos bons exemplos de que fazer o que se gosta, pode fazer toda a diferença. Fazendo jus aquela conhecida frase "Faça o que goste e nunca precisará trabalhar".

O clássico discurso na Universidade Stanford

Bibliografia sugerida

Gallo, Carmine. 2010. Faça como Steve Jobs. Editora Lua de Papel.

Isaacson, Walter. 2011. Steve Jobs: A biografia. Editora Companhia das Letras.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

"Seria cômico... se não fosse trágico"

Em um passado não muito distante, Martin Luther King disse:


Espero (ansiosamente) que essas palavras um dia se tornem realidade em nosso país. Porém, vejo isso como um "sonho" distante. Não é preciso pensar muito para saber porque penso assim, mas apenas "olhar" para o que vemos nas ruas, escolas, hospitais... e eleições!

Nunca escondi que não suporto política, embora compreenda sua real importância. Na verdade, "gostei" em um único momento, quando tinha quatro ou cinco anos e meu pai chegava em casa cheio de panfletos, adesivos, fitas, bandeiras, bonés... que ganhava na rua e me dava para brincar. Do alto de minha inocência, me divertia muito com tudo aquilo, sem ter a menor noção do quão "nocivo" era todo aquele material.

Tamanha é minha indiferença por essa época do ano (que "infelizmente" ocorre a cada dois anos), que dentre os vários temas que permeiam minha mente, jamais tive grande interesse em escrever sobre esse assunto. Todavia, por mais que eu "corra" é impossível não ver propagandas nas ruas, escutar os jingles mais irritantes e ridículos possíveis, bem como ter que aturar todos os dias esse "povo" adentrar a sala da minha casa pela televisão.

Surpreso fiquei, ao chegar em casa e "me pegar" assistindo ao debate político. Talvez, tenha sido apenas por pura "diversão". Diversão? Isso mesmo,  porque ver os candidatos, ano após ano, prometendo coisas que nunca são cumpridas (ou você já andou de metrô em Salvador?), de uma forma tão convincente que parece verdade, me faz literalmente "gargalhar"! Não gosto de circo, mas acredito que a sensação que a platéia tem nesses espetáculos, não deve ser muito diferente da que sinto assistindo a esses debates.

Não sou tão ingênuo em acreditar que os únicos culpados pelos problemas que enfrentamos diariamente, sejam apenas os governantes. Mas não tenho dúvidas que eles são responsáveis (e muito) pelo "caos" em que vivemos. Sei também que temos a responsabilidade de eleger pessoas comprometidas, honestas e capacitadas. No entanto, onde estão esses candidatos? Eles existem? Eles estão preparados? Difícil encontrar essa resposta! Talvez (ainda que inconscientemente), tenha assistindo a "mais um" desses debates não apenas para me "divertir". Mas pela esperança, de um "dia" encontrar alguém que mereça o meu voto, que pode não parecer, mas vale muito!  


Fonte

King, S. C. 2009. As palavras de Martin Luther King. Editora Zahar.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A culpa é sua!

Vivemos em um mundo, onde os erros e falhas muitas vezes não são tolerados. E quando eles ocorrem, "precisamos" encontrar alguém para colocarmos a culpa. Basta acontecer algo indesejado e logo "surgem" dedinhos apontados para todas as direções.

Claro, que em muitas ocasiões existem responsáveis (que até mesmo devem "responder") pelos seus atos. Entretanto, muitas vezes a obsessão pela "causa", interfere na obtenção da "solução". O que pode tornar um simples "acontecimento" em um grande problema.


Um casal saiu de férias. Ao voltar, encontraram a casa arrombada; os ladrões tinham levado tudo.

O marido acusou a mulher, dizendo que as trancas não tinham sido colocadas. Ela afirmou que ele esquecera de fechar a porta com a chave. Uma longa discussão começou, até que os vizinhos chamaram um padre para serenar os ânimos.

“A culpa é dela, que sempre foi desleixada”, disse o marido.

“Não, a culpa é dele, que não presta atenção no que faz”, respondeu a mulher.

“Um momento”, disse o padre. “Vivemos culpando uns aos outros por coisas que jamais fizemos, e terminamos carregando um fardo que não é nosso. Será que nunca lhes ocorreu a ideia que os ladrões são os verdadeiros culpados pelo roubo?”

(Paulo Coelho)
Fonte:

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Pequenos gestos... que dizem muito!

Acredito que as palavras tem muito poder, força, impacto... como cada um preferir. Porém, muitas vezes é necessário irmos além das palavras, adentrarmos o campo das atitudes. Durante algum tempo, acreditei que demonstrar o quanto "alguém" é importante para nós, tivesse um "formato" único, algo como um padrão ou código de conduta. 

Mas o tempo e as experiências, me ensinaram que existem diferentes "formas" de demonstrar a importância daqueles que nos rodeiam. As pessoas demonstram isso da forma que sabem, aprenderam ou que julgam certa. E muitas vezes, um pequeno gesto que ignoramos, pode ser mais uma forma do outro demonstrar carinho... ou pedir um pouco mais de atenção.

"Uma vez que faz-me sentir alguém
É pra todo sempre"
(Do Alto da Pedra - Rosa de Saron)

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