Não! Eu não vou falar de Avenida Brasil! |
A minha intenção era falar sobre algo muito legal! No entanto, muitas vezes é difícil se pensar em coisas legais, quando nos deparamos com a realidade. Estava retornando para casa agora pouco, quando me deparei com um menina que devia ter no máximo oito anos de idade. Com uma das mãos a garota segurava uma boneca, enquanto que com a outra revirava um cesto de lixo. Cantando e muito "tranquila", a menina revirava o cesto (provavelmente em busca de comida), como se já estivesse habituada com tal situação.
Obviamente não é a primeira vez que vejo uma criança catando lixo, afinal de contas, estamos no Brasil! Mas o contraste entre a criança que ao mesmo tempo anseia por brincar e que por outro lado age como um adulto, lutando pela sobrevivência, me chamou a atenção. Embora não tenha visto a cena por mais de 30 segundos, foi mais que o suficiente para continuar na minha mente por um bom tempo.
Não entendo (mesmo "entendendo"), como um país em que 11, 2 milhões de pessoas passam fome (IBGE, 2010), sem contar os problemas de educação, saúde, moradia, segurança... se preocupa mais em investir em Copa do Mundo e Olimpíadas. Não sou a favor de "radicalismos", muito menos sou contra eventos desse porte. Porém, acredito que não é sensato utilizar dinheiro que poderia ser investido em melhorias públicas, para financiar tais eventos. Até mesmo porque os benefícios oriundos da Copa e Olimpíadas serão em sua grande maioria para o setor privado.
Apoio dos moradores de Chicago a candidatura do Rio de Janeiro para sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Curioso! Qual seria a razão? |
Não sou economista, falo apenas como um mero cidadão torcendo para que um dia as coisas mudem. Alguém que acredita ser ridículo (para não dizer estúpido) sediarmos os dois eventos. Vale lembrar que moradores de Chicago (EUA), torceram para a cidade perder a disputa parar sediar as Olimpíadas de 2016. Alguém pode até dizer que a cidade americana também vive problemas (econômicos e sociais) com a atual crise mundial, logo não serve de exemplo nesse contexto . Mas se uma das maiores cidades dos Estados Unidos, considerada uma dos maiores centro de negócios e finanças do mundo, não acha viável sediar os Jogos Olímpicos, não entendo como um país como o nosso se habilita para ser a sede.
Infelizmente, teremos (eu e os que não suportam essa ideia) que aturar até meados de 2016 esse "blá blá blá" de que o Brasil gastou "x" e vai lucrar duas, três, quatro vezes mais do que investiu. E "claro" que todo esse dinheiro será investido em educação, saúde, saneamento... Afinal de contas, o Brasil é um país cada vez melhor! Mas enquanto isso não acontece, nossas crianças terão que se contentar em "amadurecer" o quanto antes, uma vez que muitas delas terão que optar entre "curtir" a infância ou garantir um prato de comida. Sendo privados de daqui a 12 anos, terem ao menos boas recordações da infância. Um privilégio que nós temos!
Bom... primeiramente quero parabeniza-lo pelo texto, o Brasil vive duas realidades distintas a dos grandes investimentos, lucros, economia forte, e uma boa saúde financeira para os ricos...e outra totalmente inversa e desesperadora, na qual jovens veem o seu futuro, aquele mesmo usado no slogan do governo federal, se afundar nas profundas águas da falta de oportunidade, da inabilidade de uma política de governo, que alias, ou ajuda os mais ricos, ou endivida os mais pobres, ou ainda por sua vez, os ignora totalmente deixando-os morrem na fila por um atendimento médico, ou agonizando em meio aos urubus nos aterros sanitários, que bem se poderia se chamar de aterro humanitários, pois em meio aos detritos, ao lixo, a animais em decomposição, a matérias perigosos, uma criança, jovem, adulto, idoso, ou seja, um outro ser humano definha aos olhos de todos, inclusive os nossos, pois não adianta transferir a responsabilidade a outros e nos isentarmos, pois quem elege os governantes, somos nós mesmos.
ResponderExcluirCaro Fernando,
ResponderExcluirSeja bem-vindo!
Concordo com você, quando diz que não podemos olhar a situação e colocar a culpa apenas nas autoridades e governantes. E também penso que se a população (a qual faço parte) soubesse valer seus direitos, ou pelo menos a sua “força”, tudo poderia ser bem diferente!
Enquanto o povo não compreender o que é prioridade, será obrigado a se conformar com a clássica política do "Panis et circenses". Embora, pelo andar da carruagem, chegará o dia que restará apenas o circo!
Um abraço!