O mundo é cheio de acasos. Todavia, tenho as minhas dúvidas sobre coisas que acontecem e são tratadas como eventualidades. Enfim, existem certos comportamentos que apresentamos por muito tempo – talvez uma vida inteira – e um dia percebemos que nunca foram planejados, embora, muitos deles sigam um determinado padrão e/ou coerência. No meu caso, uma coisa que percebi depois de muitos anos, é o hábito de "simpatizar" por aqueles, muitas vezes, preteridos. Como assim? Nos desenhos, quadrinhos, bandas, times... inúmeras vezes, o protagonista não foi o meu escolhido. Talvez, por isso, prefira baixo (a guitarra); meio-campistas (ao invés de atacantes); Shiryu (e não, o chato, do Seya); Pantera Negra (do que o Batman); flocos (sempre melhor que chocolate). E, isso, sempre foi muito perceptivo com os heróis, pois quase nunca era fisgado por heróis dotados de poderes inimagináveis que poderiam destruir o Universo com a ponta dos dedos. Dessa forma, já gostava do Demolidor muio antes dele ganhar extrema visibilidade para o público que não costuma acompanhar os quadrinhos. Sinceramente, nunca tive uma explicação plausível para gosta do Demolidor. Porém, hoje, mais velho (não tanto assim o quanto pode parecer), penso em algo que possa ter me chamado a atenção, a alcunha: "Demolidor - O homem sem medo". Sim, e daí, Wagner? É muito simples! A questão é que todo mundo tem medo, até mesmo os heróis! Seja pelo medo de fracassar, seja por não saber qual a escolha a ser tomada, seja por colocar em risco a mulher amada. Não adianta procurar argumentos, heróis tem medo (e alguns até sangram). E, talvez, isso seja uma das coisas mais legais nos heróis e heroínas, porque são nesses momentos que eles se tornam mais acessíveis, mais humanos. Porque se até um ser dotado de poderes extraordinários pode esmorecer, eu, um mero mortal deveria me sentir mal por passar por tal situação? Afinal, continuo sentindo medo (que insisto em chamar de aflição) quando exposto a raios e trovões, como os que insistiam em cortar os céus enquanto escrevia o texto; bem como de me preocupar se as pessoas que acompanham (será que tem mesmo alguém aí?) o blog acham que ele não faz mas sentindo algum. Insisto, todos tem medo! E, de alguma forma (sem acasos), esse medo que muitas vezes paralisa, também nos move. Sigamos em frente, como o o herói sem medo, que também tem medo.
"Vai em frente, não se rende, não se prende nesse medo de errar
Que é errando que se aprende que o caminho até parece complicado
E, às vezes, tão difícil que você se surpreende quanto sente
De repente que era tudo muito simples
Vai em frente que você entende"
/Sem Parar - Gabriel, o Pensador/
PS: Curiosamente, há algumas moras, morreu Stan Lee, criador do Demolidor, Pantera Negra, Homem de Ferro, Homem-Aranha e muitos outros. E, por mais que isso pareça uma tentativa de homenagem, não é nada disso! Tem muito tempo que pensava em escrever sobre o tema (medo/Demolidor), alguns anos para ser mais específico, e bem de forma inesperada (como boa parte dos textos), algo saiu. Em meio a raios, trovões, medos e outras sensações. Quando comecei rabiscar o papel, nem me recordava que Stan Lee era o pai do Matt Murdock/Demolidor, apenas aconteceu. E, por acaso (ou não), fica o registro e/ou singela homenagem para aquele que, de alguma forma, plantou sementes, que até hoje rendem frutos na minha mente.
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