Estamos a exatamente um mês do Natal. A alguns anos atrás, estaria em contagem regressiva para o dia 25 de dezembro, mas aos poucos a sensação tem sido diferente. A ponto de hoje, não aguardar com tanta ansiedade os últimos sete dias do ano. Não estou triste, depressivo, revoltado ou algo do tipo. Pelo contrário, continuo gostando do fim de ano, mas hoje tenho uma visão bem diferenciada de outros tempos. Minhas expectativas, agora são outras.
Quando se é criança/adolescente, deve ser meio difícil não gostar de Natal! Afinal, na maioria das vezes dezembro é sinônimo de: férias + presentes + família reunida = muita diversão. Nunca fui "fã" de Carnaval e Festas Juninas, mas quando o assunto era Natal, meus olhos brilhavam. Acho que de alguma forma, sempre gostei dessa época, e consequentemente tenho boas lembranças desses "20 e poucos" finais de ano que passei.
Hoje mesmo, estava recordando que foi em um Natal que ganhei o tão desejado (década de 80 e 90) ferrorama. Você deve estar se perguntando: O que é um ferrorama? Ah... se você é um menino e nunca brincou com um, não teve uma infância de verdade! Brincadeiras a parte, o ferrorama era uma ferrovia que continha uma locomotiva e outros tipos de vagões. Não era uma simples ferrovia como a que vemos hoje em dia, era "a ferrovia". Seria como uma criança de hoje em dia, ganhar um Ipad ou um Playstation 3.
Eu cresci, e deixei minha locomotiva em algum lugar do passado! E com o tempo fui entendendo que Natal não é necessariamente sinal de família reunida. E que uma dia não é suficiente para unir (seja quem for) verdadeiramente, pessoas que se mantém distante durante todo o ano. Descobri que ter férias nem sempre é bacana, e que os tempos de escola eram muito bons, embora eu não percebesse. Em relação aos presentes, eles serão sempre bem-vindos. Todavia, muitas vezes um abraço sincero e uma palavra amiga, valem mais do que uma caixa com lacinho, sob uma árvore decorada, na manhã de Natal.
Confesso sentir falta de algumas coisas (uma delas é meu ferrorama), mas a vida segue e devemos seguir com ela. Hoje, já tenho um mínimo de maturidade para compreender que o Natal tem uma "mensagem" que vai além do consumismo. E que independente de férias, presente ou família reunida, é uma época em que posso refletir sobre muitos valores que parecem ter sido perdidos no tempo. Sendo "encontrados" apenas no fim do ano para decorar as árvores de Natal.
Agora se tem uma coisa que lamento, é não ter sido um "maquinista" mais zeloso. Se os fragmentos de meu ferrorama não estivessem espalhados em algum lugar de São Paulo, uma hora dessas, estaria observando a velha locomotiva desfilar sobre os trilhos da minha velha ferrovia. Como nos tempos em que a única preocupação, era de sempre ter pilhas novas, para manter meu ferrorama sempre funcionando.
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